Sinopse:
O filme relata a história de Verônica, uma professora da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro há vinte anos que passa por sérios problemas pessoais.
Um dia, na escola em que trabalha, ela percebe que ninguém veio buscar Leandro, um aluno de oito anos. Já é tarde da noite quando a professora decide levá-lo em casa. Ao chegar no alto do morro, encontram a polícia e muito tumulto. Traficantes mataram os pais de Leandro e querem matá-lo também. Verônica foge com o menino. Ela procura ajuda e descobre que a policia também está ligada ao assassinato dos pais do menino. Sem poder confiar em ninguém, ela decide esconder o garoto.
Assim, Verônica é obrigada a enfrentar policiais e traficantes para sobreviver. E enquanto procura uma maneira de escapar com o menino, redescobre sentimentos que estavam adormecidos na sua vida solitária e difícil.
Verônica nos apresenta uma situação bastante comum em nossos dias. A professora está cansada de sua profissão, se sente desmotivada, está passando por momentos de dificuldades em sua vida pessoal, sem nem mesmo poder resolver os problemas financeiros, com o baixo salário e então vê como única solução, deixar de ser professora. Logo surge um problema bem maior do que ela imaginava poder existir: seu aluno está órfão, sem poder contar com a ajuda de ninguém e ainda, jurado de morte. A professora então tenta ajudar e logo se vê totalmente envolvida pela situação. O que ela, nem nós imaginávamos era a profunda relação afetiva que isso tudo causaria entre ela e seu aluno Leandro.
O PAPEL DO PROFESSOR é o de problematizar questões, trazer opiniões e questionamentos sobre os assuntos emergentes, educar para o senso crítico, para a não-submissão. O professor não deve se calar diante das injustiças, da exclusão, e sim trabalhar em prol de uma sociedade, não sendo alienado e aliado ao sistema, mas sim oferecendo cultura, oportunidades, evidenciando os conflitos da comunidade e não escondê-los ou minimizá-los, mas que os tragam à tona para desenvolver o senso crítico na busca de uma transformação social.
No filme a professora se vê implorando às crianças para ensinar-lhes algo e dar-lhes educação, em meio à desordem e o desrespeito. A Professora Verônica utilizava de RECURSOS E ESTRATÉGIAS comuns nas escolas atuais, pois as crianças apenas eram contidas e a respeitavam quando ela se utilizava de gritos impacientes. Pode-se analisar também que a professora era adepta a um método tradicionalista, onde os alunos eram apenas expectadores de suas explicações e verdades absolutas, não proporcionando aulas de caráter expositivo, interativo e tecnológico, que pudessem atrair o interesse das crianças, contudo, não havia intervenção e construção de um conhecimento culturalmente diversificado possivelmente oferecido pelos alunos.Seu MÉTODO DE AVALIAÇÃO surpresa, com provas inesperadas era uma de suas estratégias para controlar a sala. Servia como um tipo de ameaça que amedrontava os alunos e era também utilizado como um castigo no caso de desordem e desobediência.
- Até que ponto você, como professor, se envolveria numa situação como a que Verônica se envolveu?
- Foram corretas as atitudes de Verônica?
Observa-se que Verônica representa no filme milhares de pessoas que buscam oportunizar e melhorar as condições humanas de educação, de cultura, de amor, de liberdade de ir e vir, de direito à vida, ao respeito, à dignidade, que todos têm determinado por lei, mas que não são válidas e aplicáveis para a camada majoritária da população devido à falta de investimentos em políticas públicas que definitivamente democratizem os direito e deveres dos cidadãos.
Ruiz (2003) afirma que, faz-se necessário acreditar que, apesar da educação não poder sozinha transformar a sociedade em questão, nenhuma mudança estrutural pode acontecer sem a sua contribuição. A transformação social, que muitos almejam para uma sociedade mais justa, com menos desigualdades, onde todos tenham voz e vez, só será possível a partir do momento que se evidenciem os conflitos, não tentando escondê-los ou minimizá-los, mas que os tragam à tona, para que assim a educação não contribua como mecanismo de opressão, buscando a superação.
Referências
RUIZ, M. J. F. O papel social do professor: uma contribuição da filosofia da educação e do pensamento freireano à formação do professor.
Disponível em: <http://www.rieoei.org/rie33a03.htm>. Acesso em 08 mar 2011.
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