Histórico da Avaliação
“A avaliação não é uma tortura medieval.
É uma invenção mais tardia, nascida com os colégios
por volta do século XVII e tornado indissociável do ensino
de massa que conhecemos desde o século XIX, com a
escolaridade obrigatória” (PERRENOUD, 1999)
A prática avaliativa foi adotada desde o seu princípio como via de controle, destinada à seleção, ou seja, a inclusão de alguns e exclusão de outros.
Mas esse termo “avaliação” é recente, pois por muito tempo usou-se o chamado “exame”.
O primeiro vestígio sobre o exame se deu na sociedade chinesa nos anos de 1.200 a.C, onde não aparece como instrumento educativo, mas sim como forma de controle e manutenção social. Neste período, o exame tinha um papel mediador entre os sujeitos do sexo masculino e o serviço público. Aqui, possuía a incumbência de “selecionar, entre sujeitos do sexo masculino, aqueles que seriam admitidos no serviço público” (Esteban, 2002, p.30).
Horace Mann em 1845 introduziu o sistema de exames escritos nas escolas americanas como forma de substituir a prática ordinária dos exames orais.
Os princípios da pedagogia do exame são: “qualidade da educação, eficiência e eficácia do sistema educativo, maior vinculação entre sistema escolar (entenda-se currículo) e necessidades sociais (entenda-se modernização e/ou reconversão industrial)” (Esteban, 2002, p.53).
Neste momento, são depositados no exame grandes esperanças para a melhoria da educação.
Entretanto, no século XX nos Estados Unidos a pedagogia deixa de se referir ao termo “exame” e o substitui pelo termo “teste”.
Inicia-se então, os estudos para medir a inteligência humana, através do quoeficiente intelectual (QI), ou seja, a razão entre idade mental e idade cronológica.
Os testes foram os instrumentos utilizados para a mensuração da inteligência dos educandos.
Em meados da segunda metade do século XX, o termo “teste” é substituído pelo termo “avaliação”, empregado primordialmente pela administração cientifica por ser uma palavra que expressava neutralidade, com a intenção de camuflar a sua função controladora, a fim de facilitar sua ação.
A Avaliação e os PCNs
A concepção de avaliação dos Parâmetros Curriculares Nacionais vai além da visão tradicional que focaliza o controle externo do aluno mediante notas ou conceitos;
A avaliação não se restringe ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno;
A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre a sua prática;
Utilizar a avaliação como instrumento para o desenvolvimento das atividades didáticas requer que ela não seja interpretada como um momento estático, mas antes como um momento de observação de um processo dinâmico e não-linear de construção de conhecimento.
É fundamental a utilização de diferentes códigos, como o verbal, o oral, o escrito, o gráfico, o numérico, o pictórico, de forma a se considerar as diferentes aptidões dos alunos
A avaliação, apesar de ser responsabilidade do professor, não deve ser considerada função exclusiva dele. Delegá-la aos alunos, em determinados momentos, é uma condição didática necessária para que construam instrumentos de auto-regulação para as diferentes aprendizagens.
Quanto mais os alunos tenham clareza dos conteúdos e do grau de expectativa da aprendizagem que se espera, mais terão condições de desenvolver, com a ajuda do professor, estratégias pessoais e recursos para vencer dificuldades.
Avaliação Diagnóstica
Geralmente é realizada inicialmente pelo educador para diagnosticar os pontos fracos e fortes do aluno na área de conhecimento em que se desenvolverá o processo de ensino-aprendizagem.
O processo de ensino é um processo de construção de conhecimento e diagnosticar no início é como verificar se 'a fundação da casa está boa para se iniciar a construção', ou seja, se o aluno domina todos os pré-requisitos.
Avaliação Formativa
A avaliação formativa é geralmente realizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem. É melhor aproveitada quando o resultado (feedback) é rapidamente fornecido para os alunos, permitindo que possam corrigir eventuais erros de interpretação do conteúdo ensinado. É um termômetro para o professor e o aluno saberem como o aprendizado está sendo desenvolvido, bem ou mal, permitindo que o aluno se recupere agilmente.
Avaliação Somativa
Geralmente é realizada no final de um curso e é conhecida como 'prova', ou seja, serve para classificar se o aluno 'passou' ou não. Pela obrigatoriedade dos professores fornecerem 'notas', é a que é mais aplicada no ensino tradicional.
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